Os riscos para o negócio aumentam exponencialmente quando não existe plano de sucessão e modernização da gestão
Preparar o momento da passagem de comando da empresa é tão importante quanto à definição dos sucessores. Segundo pesquisa global da PwC (Price Water House Cooper) de 2018, 44% das empresas familiares no mundo não têm plano de sucessão. Esse dado, segundo especialistas, reflete a consciência de longevidade do negócio e sem essa preparação empresas correm riscos de perderem o rumo dos negócios.
Das que se planejam, apenas 12% chegam a terceira geração. Em outra pesquisa realizada pela PwC e IBGC (Instituto Brasileiro de Governança Corporativa), no ano passado, o número é ainda maior. Das 279 empresas brasileiras que participaram da pesquisa, 72,4% afirmaram não terem um plano de sucessão para cargos-chaves. Os dados nos dão uma visão interessante das oportunidades de melhoria e desafios que as empresas familiares enfrentam a cada geração.
Como temos observado, o dinamismo dos negócios aliado às evoluções, inovações “techs” e mudanças comportamentais da sociedade, são variáveis cruciais a serem monitoradas na atualidade. E devem fazer parte do contexto de análise e estratégia quando abordamos implementação da governança corporativa e principalmente sucessão.
O impacto da sucessão é menor em empresas que já têm uma estrutura organizacional bem formada. O desejo de fazer parte dos negócios da família é o primeiro passo. Na maioria das empresas familiares, os herdeiros têm contato ainda cedo com a empresa.
Negócios familiares quando são passados por herança podem gerar conflitos, uma vez que os herdeiros não tiveram a oportunidade de se escolherem mutuamente ou nem terem tido contato antes com o negócio. Já nas empresas onde há um alinhamento prévio e uma vontade em dar continuidade, a sucessão pode ser mais eficiente. A não atuação dos herdeiros em alguns momentos pode ser um limitador nas tomadas de decisões nos negócios, por não acompanharem dia a dia da empresa. Torna-se um ponto negativo a não atuação dos herdeiros diretamente nos negócios, sendo necessário um trabalho mais lento o esclarecimento e convencimento de todos. As intervenções dos familiares, por não atuarem diretamente nos negócios, acabam tomando um tempo maior para as tomadas de decisões. Por medida de cautela, tendem a não aceitar algumas situações de imediato.
A pesquisa também revela um dado positivo entre os brasileiros. As famílias têm boas perspectivas para o futuro de suas empresas, sendo que 69,2% afirmam ter intenção de expandir o negócio atual. Somente 6,8% pensam em sair do negócio e 4,3% em diminuir a participação da família. Uma postura positiva é a necessidade de realizar o planejamento sucessório, colocando em prática o mais breve possível. É fundamental existir uma unidade ou consenso de interesses entre os herdeiros.
Fonte: Meon
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