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Foto do escritorBravo Godoy Perroni Advocacia

Casais separados com filhos voltam a morar juntos para não se afastar das crianças


A quarentena por causa do coronavírus impôs desafios extras para os pais separados que têm filhos. Muitos precisaram fazer ajustes na guarda compartilhada, abriram mão de seus dias com os pequenos ou até decidiram voltar a morar juntos durante a fase de isolamento social. Seja qual for a solução encontrada, especialistas dão dicas para tentar deixar o período mais seguro – e menos confuso – para as crianças.


Para a educadora parental Marina Gomes, se a decisão do casal for voltar a morar junto, mas mantendo a separação conjugal, é preciso ter muita transparência com os filhos durante o processo.


– Ao ver a verdade na fala dos pais, a criança se abre para falar o que sente e, com isso, os pais têm mais informações para trabalhar e cuidar das confusões que esse novo arranjo pode trazer. O primeiro passo é explicar para a criança que não são mais um casal, mas continuam como um time, uma família, e sempre serão. E, em momentos de crise, o time se une para um melhor resultado. De forma bem prática, dizer para a criança que o papai e a mamãe, ou a mamãe e a mamãe ou o papai e o papai não namoram mais, mas serão sempre papai e mamãe, ou qualquer que seja a parentalidade exercida.

Gomes acha fundamental que também haja uma divisão clara de espaços e tarefas:


– Vale um recontrato de como será esse retorno. Para começar, onde cada um dorme, o que cada um faz, quando e como. Exemplo: quem cozinha ou lava, horários divididos de home office e brincadeiras individuais e coletivas com a criança. E lembrar que a escolha de ficar ou não junto é dos pais e que conflito só tornará o processo mais doloroso para todos.


Alessandra Vilas Bôas, pediatra do Hospital dos Servidores do Estado e do Hospital Estadual da Criança, dá algumas orientações para quem está mantendo a guarda compartilhada durante a pandemia:


– Se um dos responsáveis está muito exposto (por exemplo, um médico de CTI), é melhor ficar só com o outro neste período. Se as famílias forem harmônicas, o ideal é tentar diminuir o “vai e vem”. De repente, ficar um tempo maior com o pai e depois um tempo maior com a mãe .


A pediatra também alerta que é importante tomar todos os cuidados de higienização quando sair de uma das casas e entrar em outra:


– Se alguém estiver sintomático, seja a criança ou um dos responsáveis, a criança deve ficar na casa que iniciou os sintomas por 14 dias, e só depois ir para a casa do outro. Além disso, é importante lembrar que as crianças podem ser assintomáticas e exponenciais transmissores. Se uma das casas tiver pessoas do grupo de risco, principalmente idosos, tentar manter um distanciamento social entre elas e a criança.


Fonte: O Globo


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